Os riscos da agulha

Autores

  • Fernanda Areas Peixoto USP - Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

bordado e política, ativismo textil, coletivos contemporêneos

Resumo

O artigo quer contribuir com as reflexões sobre as artes das agulhas, a partir da ideia de risco: não tanto daquele desenhado pelas linhas da costura, do tramado ou do bordado, mas do prisma do correr riscos, quer dizer, da probabilidade de perigo envolvida na feitura das peças e sobretudo em sua propagação. Para tanto considerada os usos políticos do bordado, do tricô e do crochê na cena contemporânea, sugerindo a importância do enfrentamento analítico das formas e criações ao lado dos efeitos (sociais e políticos) por elas produzidos. 

* O artigo se relaciona a um projeto em andamento sobre as artes da criação e da memória, realizado com apoio de uma bolsa produtividade do CNPq.

Referências

AGOSIN, Marjorie. Agujas que hablan: las arpilleristas chilenas. Revista Iberoamericana, v. 51, n. 132-3, 1985, p. 523-529.

ALBERT-LLORCA, Marlène. Les fils de la Vierge. Broderie et dentele dans l’éducation des jeunes filles. L’Homme, tome 35, n. 133, 1995, p. 99-122.

BACIC, Roberta. História das arpilleras (prefácio). In: Catálogo da exposição Arpilleras da Resistência Política Chilena. Brasília: Marcas da Memória, 2012.

BRITO, Thaís Fernanda S. de. 2010. Bordados e bordadeiras: um estudo etnográfico sobre a produção artesanal de bordados em Caicó, RN. Tese (Doutorado em Antropologia Social), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP - Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, São Paulo, 2010.

SANCHEZ-ALDANA, Eliana; PÉREZ-BUSTO, Tania; CHOCONTÁ-PIRAQUIVE, Alexandra. ¿Que son los activismos textiles? Una mirada desde los estudos feministas a catorce casos bogotanos. Athenea Digital, 19 (3), ed. 2407, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.5565/rev/athenea.2407>.

CARNEIRO, Ana. 2010. O “povo” parente dos Buracos: mexida de prosa e cozinha no cerrado mineiro. Tese (Doutorado em Antropologia), UFRJ – Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, 2010.

CATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO ARPILLERAS, BORDANDO A RESISTÊNCIA. Projeto Marcas da Memória/Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, 2012. Disponivel em: <https://www.mabnacional.org.br/publicacao/exposi-arpilleras- bordando-resist-ncia-cat-logo>. Acesso em 20 de jan. de 2020.

CERTEAU, Michel de. L’invention du quotidien. 1. Arts de faire. 9 ed. établie et présentée par Luce Giard. Paris: Gallimard, 1990. (folio essais)

CHABAUT-RYCHTER, Danielle; GARDEY, Delphine (eds). L’engendrement des choses. Des hommes, des femmes, des techniques, Édition des archives contemporaines, 2002.

CHORON-BAIX, Catherine. cour de Luang Prabang. Gradhiva, n.

CLIO. Histoires, femmes, sociétés, n. 35, 2012, 280 p.

COSNIER, Colette. Le silence des filles. De l’aiguille à la plume. Paris: Fayard, 2001.

DUBY, Georges; PERROT, Michèle. Histoire des femmes en Occident. Paris: Plon, 1990/1991. (5 vols)

ERTZOGUE, Marina Haizenreder. Quando o bordado e a memória se entrelaçam: imagem e oralidade em arpilleras amazônicas. Revista História Revista (UFG), v. 23, 2018, p. 104-120.

EULETÉRIO, Maria de Lourdes. Vidas de romance: as mulheres e o exercício de ler e escrever no entresséculos (1890 e 1930). Rio de Janeiro: Topbooks, 2005.

INGOLD, Tim. Being alive: essays on mouvement, knowledge and description. London: Routledge, 2011.

INGOLD, Tim. Making. Anthropology, archaeology, art and architecture. London: Routledge, 2013.

LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. Tradução de Wilson Martins. São Paulo: Anhembi, 1955.

LÉVI-STRAUSS, Claude. A origem dos modos à mesa. Mitológicas 3. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10329/oscar- pereira-da-silva>. Acesso em: 15 de jan. 2020. Verbete da Enciclopédia.

PARKER, Rosizska. The subversive stitch. Embrodery and the machine of the feminine. London: The Women’s Press Ltd., 1984. (3th edition, 1989)

PELLEGRIN, Nicole. Les vertus de ‘l’ouvrage’. Recherches sur la féminisation des travaux de’aiguille (XVIe-XVIIe siècles). Revue d’histoire moderne et contemporaine, tome 46, n. 4, 1999, p. 747-769.

RIBEIRO, Arilda I. Miranda. Vestígios da educação feminina no século XVII em Portugal. São Paulo: Arte & Ciência Editora, 2002.

SIMONDON, Georges. L’invention dans les techniques. Cours et conférences. Paris: Seuil, 2005.

TABET, Paola. Les mains, les outils, les armes. L’Homme, tome 19, n. 3-4, 1979, p. 5- 61.

VERDIER, Yvonne. Façons de dire, façons de faire. La laveuse, la coutirière, la cuisinière. Paris: Gallimard, 1979.

Downloads

Publicado

19/10/2020

Como Citar

PEIXOTO, F. A. Os riscos da agulha. Revista Trilhos, Santo Amaro, Bahia, v. 1, n. 1, p. 75–91, 2020. Disponível em: https://revistatrilhos.com/home/index.php/trilhos/article/view/19. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos