A dinâmica de gênero na dissuasão da migração e intervenções anti-tráfico:
o caso das profissionais do sexo nigerianas em Kumasi, Gana
Palavras-chave:
tráfico, migração, trabalhadores do sexo, tráfico sexual, fronteirasResumo
Este trabalho examina como as medidas anti-tráfico, anti-contrabando e outras, que fazem parte das operações de dissuasão da migração da União Europeia (EU) na Nigéria, estão afetando práticas migratórias e vidas sociais na Nigéria e em outros Estados da África Ocidental. Baseia-se em dados de pesquisa com um grupo de facilitadores de viagens nigerianos (frequentemente chamados de “contrabandistas”) gerenciadores e seus clientes para discutir uma rota emergente de “contrabando de pessoas” (Nigéria-Benin-Togo-Gana-Europa) que surgiu em resposta às medidas de dissuasão da migração da UE em aeroportos internacionais nigerianos. A discussão destaca o recorte de gênero deste novo fenômeno migratório e as complexas relações recíprocas entre facilitadores de viagens e seus clientes, desafiando assim as frequentes narrativas sobre “traficantes ou contrabandistas do mal” que exploram “desafortunadas vítimas de tráfico”. O artigo conclui que as pessoas consideradas vítimas de tráfico enfrentam desafios que tendem a ter origem na criminalização da mobilidade pela União Europeia e outros agentes. Defensores de direitos devem, portanto, desafiar tais sistemas de controle e criminalização da mobilidade.
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