Editorial
Palavras-chave:
editorialResumo
O segundo número da Revista Trilhos é lançado em meio a uma série de crises que ferem a experiência com a vida comum. Apesar da ampla caminhada em prol da vacinação, ainda há inúmeras barreiras simbólicas e políticas no combate à Covid-19. No encerramento desta edição, registrou-se 4,55 milhões de mortos no mundo, sendo cerca de 590 mil mortos no Brasil1. Soma-se à situação sanitária, um acúmulo de crises: econômica, ambiental e da própria democracia. Em meados de agosto de 2021, o mundo presenciou mais uma cena de pessoas buscando desesperadamente se moverem para fora de seu país em busca de segurança. Em virtude da retirada não planejada e desastrosa das tropas americanas do Afeganistão, após 20 anos de ocupação, e do retorno do grupo extremista Talibã à capital do país, Cabul, assistimos às cenas de Afegãos perdendo suas vidas na tentativa de entrar em aviões que levavam os cidadãos ocidentais de volta para seus países, em segurança. Pessoas se movendo em busca de segurança não é novidade. O deslocamento forçado, a contingência de conflitos, perseguições, crises econômicas e políticas de controle migratório – que são cada vez mais rígidas e letais – têm levado pessoas a arriscarem suas vidas - e as de suas famílias - em uma luta desesperada pela sobrevivência. Violência e desespero assinalam os desfechos dos conflitos envolvendo as mobilidades humanas e as jornadas migratórias de muitos grupos na atualidade. Nesta situação limítrofe que trazemos para a apresentação deste número da Revista Trilhos, vale destacar que nem todos os imigrantes estão em situação de deslocamento forçado. As pessoas migram para estudar, trabalhar, em busca de aventuras, porque se apaixonam... No entanto, seja por razões “de vida ou morte”, como nos casos que vimos no final da ocupação americana, entre milhares de refugiados no mediterrâneo ou, ainda, acerca das deportações norteamericanas que separam famílias, ou em busca de outras oportunidades, concluímos que a questão da imigração é cercada de estigmas.
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Cedo à revista Trilhos os direitos autorais de publicação de meu artigo e consultarei o editor científico da revista caso queira republicá-lo depois em livro.